Diversas vezes conhecemos ou ouvimos falar de algum animal em idade avançada que perdeu sua visão sob os mais diversos motivos e causas. Mas e os filhotes e animais jovens? Sim, existe a possibilidade de contraírem doenças que podem levar à cegueira, inclusive uma causa bem conhecida, a catarata.
A maioria dos casos de cegueira em jovens e filhotes estão relacionadas à causas congênitas, ou seja, defeitos na genética que fazem com que o animal afetado nasça com alguma deficiência em alguma porção do olho. O exemplo mais conhecido é a catarata, como já citamos. A catarata nos jovens tem quase a mesma característica dos idosos, opacidade branca na região preta do olho, mais conhecida como pupila. O que difere é que o material da catarata nos jovens já nasceu mal formado e normalmente é mais amolecido, característica que em raras vezes colabora para reabsorção do material e desaparecimento da catarata. Repito, raras vezes, na maioria dos casos é necessária cirurgia para remoção do material para que o animal volte a enxergar.
Diferente da catarata é a má formação presente em uma camada específica da primeira lente dos olhos chamada córnea. Essa camada chamada endotélio é responsável pela desidratação da córnea e por mantê-la assim, transparente. Quando essa má formação chamada de distrofia endotelial ocorre, o animal adquire uma coloração azulada na frente dos olhos, dificultando muitas vezes visibilizar a íris (parte colorida) e a pupila (parte preta). Nesse caso o tratamento é paliativo e o acompanhamento por parte do veterinário oftalmologista deve ser realizado de perto, mesmo porque, em alguns casos severos o animalzinho pode inclusive perder o olho.
Infecções severas nos olhos de filhotes também são comuns e normalmente acometem filhotes que sequer abriram os olhos. A essa condição chamamos de oftalmia neonatal e demanda tratamento o mais rápido possível antes que a infecção acometa tecidos profundos dos olhos e resulte em sequelas irreversíveis.
Por fim temos também as cegueiras que não cursam com nenhum sinal visto a olho nu. Essas cegueiras em questão podem estar relacionadas a más formações na retina e/ou nervo óptico e só são possíveis de diagnosticar após exames específicos do fundo dos olhos desses animais bem como exames funcionais e fisiológicos.
Apesar de em alguns casos não ser possível a resolução do problema, para o leigo é difícil diferenciar qual causa é reversível ou não, portanto é sempre recomendável um check-up completo com um veterinário oftalmologista a fim de realizar o correto diagnóstico e, se possível, reverter a doença.